sexta-feira, 13 de junho de 2014

Música que faz bem

Som que mareja
música que encanta
enquanto o coração areja
quando o instrumento canta.

Som que transborda
musica que choca
enquanto o coração acorda
quando o instrumento toca

Som que inflama
música que incita
quando o caração ama
quando o instrumento grita

Som que arrepia
musica que enriquece
enquanto o coração sacia
quando o instrumente arrefece.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Recebi de um amigo hoje e não ha como não postar.

"Não é a toa que os ingleses, há muitos anos, mandaram queimar as plantações de ópio na China e proibiram, sobre toda a terra, o livre uso do ópio, da heroína, da morfina e de todas as plantas que supostamente causam convulsões, como o peiote, o curare, o ágar-ágar e o beri-beri. É para impedir que os homens voltem a uma certa noção pré-histórica do ser que foi, ocultada por todas as religiões. Pois a vida não é esse tédio destilado onde maceram nossas almas há sete eternidades, não é esse estado infernal onde as consciências vegetam, precisando de música, teatro, poesia e amor para brilhar de vez em quando, mas tão pouco que nem vale a pena falar nisso. O homem na terra entedia-se até morrer e isso de uma forma tão profunda que ele nem percebe mais. Ele se deita, dorme, levanta, anda, come, escreve, engole, respira, caga, como uma máquina em ponto morto, com um resignado enterrar-se na terra da paisagem, subjugado pela paisagem, como um novilho garroteado no cepo de um corpo que não presta mais, submetido a leituras, bom dia, boa noite, como vai, o dia está quente, a chuva vai refrescar a terra, o que há de novo, então venha tomar café em casa, videogames, jogo de cartas, de bola, jogos eletrônicos e de xadrez; mas não é nada disso, quero dizer que nada disso define a vida imunda que vivemos. O que a define é que destilaram todas as nossas percepções, todas as nossas impressões, e só vivemos a conte-gotas, respirando o ar das paisagens de fora e a partir da beirada, o amor pelo lado de fora da cesta e sem poder pegar a cesta toda. E não é só por o amor não ter um pouco de alma, é que a alma do amor não existe mais. Comigo é o absoluto ou nada, isso é o que eu tenho a dizer para um mundo que não tem mais alma, nem ágar-ágar."

 Antonin Artaud
 (Cartas de Rodez, carta a Henri Parisot)

terça-feira, 8 de abril de 2014

O Canto da Vida

A vida me apertou num canto,
acuado e assustado,
sem saídas por enquanto
me mantenho encurralado.

Do meu tempo e energia.
apenas suór e cansaço.
Empenhado todavia,
me levanto com teu abraço.